22 de setembro de 2025

Fundepar realiza debate na UFMG sobre empreendedorismo de impacto

Evento reuniu empreendedores, especialistas e entidades envolvidos em soluções inovadoras

“Para chegarmos de fato à inovação e à sustentabilidade, precisamos pensar em linguagem e governança. Nenhuma dessas áreas cabe em uma disciplina isolada, por isso é preciso reunir diferentes pessoas e saberes para construir soluções para a sociedade”. A defesa é da pró-reitora ajunta de Pesquisa da UFM e coordenadora do SciBioSUS, professora Jacqueline Aparecida Takahashi, que na última sexta-feira (19) participou da palestra de abertura do Ciência e inovação para um futuro sustentável, evento promovido pela empresa de investimentos da Fundep (Fundepar) e UFMG, que reuniu empreendedores, especialistas e instituições envolvidas no fortalecimento de iniciativas de empreendedorismo e sustentabilidade.

O encontro, aberto ao público, teve como objetivo aproximar pessoas e instituições interessadas em colocar em prática ações para um futuro sustentável. Para isso, foram apresentados os resultados do segundo ciclo de formação e aceleração de negócios de impacto do Programa Motirõ, da Fundepar, além do relatório de impacto da primeira edição.

Outro destaque da programação foi a palestra do CEO e Fundador da Colibri Interfaces, Adriano Rabelo. A empresa é uma das mais inovadoras e premiadas startups de tecnologia assistiva do mundo, vencedora da Global Social Venture Competition (GSVC) 2019.

Empreendedorismo de impacto na prática

A programação teve início com o painel Ciência, inovação e sustentabilidade – a experiência da UFMG, com a participação da pró-reitora e também do diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica da UFMG (CTIT), Gilberto Medeiros. A mediação foi feita pelo professor Dawisson Elvécio Belém Lopes, diretor do Escritório de Governança dos Dados Institucionais da UFMG.

Ao abrir o debate, o professor Dawisson destacou como a aproximação entre ciência, inovação e sustentabilidade nem sempre foi natural no ambiente acadêmico. “Quando eu era estudante, essa combinação soava improvável, não era um trio comum”, lembrou. Para ele, o cenário atual mostra uma mudança positiva: “Hoje, felizmente, vemos esse diálogo se consolidar, construindo uma universidade que se baseia nessas conexões — e esse é o caminho para o nosso futuro.”

A professora Jacqueline Aparecida reforçou a perspectiva apresentada por Dawisson, lembrando que a UFMG já consolida um papel de destaque na pesquisa voltada para inovação e sustentabilidade. Ela citou exemplos, como os 753 grupos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento e os 17 institutos nacionais de ciência e tecnologia coordenados por docentes da universidade. “Nossos trabalhos são inovadores e alcançam diretamente a sociedade. Esse avanço é fruto de uma estrutura sólida e de recursos humanos qualificados, que têm impulsionado a produção científica ao longo dos anos.”, afirmou.

Completando a reflexão, o diretor da CTIT, Gilberto Medeiros, trouxe a provocação sobre a falsa oposição entre lucro e consciência ambiental. “Quando precisamos escolher, vamos ser lucrativos ou conscientes do meio ambiente? A verdade é que não temos que fazer essa escolha, porque um pode, e deve, se relacionar com o outro”, afirmou. Como exemplo, ele mencionou o índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas listadas em bolsa nos Estados Unidos e passou a incorporar indicadores de ESG - sigla em inglês para Environmental, Social and Governance - medindo o desempenho das companhias também a partir de critérios ambientais, sociais e de governança.

“É curioso como algo extremamente capitalista já reconhece esse vínculo de desempenho”, destacou. Ao final, Gilberto ainda lembrou o papel estratégico da CTIT/UFMG, responsável por transformar conhecimento científico em inovação de impacto, mostrando como a universidade consegue aliar excelência acadêmica a resultados que chegam à sociedade.

Confira como foi o evento na matéria completa no site da Fundepar.