Docentes contratados durante a pandemia são recebidos pelos gestores da UFMG e da Fundep.
Com o objetivo de favorecer a integração de novos docentes à vida acadêmica e intensificar a interação dos(as) jovens professores(as) com colegas, servidores técnico-administrativos e estudantes, foram instalados, oficialmente nesta quarta-feira (7), os 60 projetos vencedores do Fundo Fundep 2022, que nesta edição privilegiou projetos que conjugam pesquisa, extensão e ensino sob coordenação de docentes que ingressaram na UFMG depois de 2020.
Em reunião na Reitoria, com a presença da reitora, professora Sandra Regina Goulart Almeida, do presidente da Fundep, professor Jaime Arturo Ramírez, e representantes da diretoria da Fundep e das pró-reitorias acadêmicas da UFMG, os(as) agraciados(as) receberam instruções sobre todo o processo de gestão dos projetos e um convite para fazer desta experiência a mola propulsora para uma vida acadêmica de forte impacto.
"Já estive neste mesmo lugar de vocês. Também fui contemplada com o Fundo Fundep em início de carreira e esse apoio foi decisivo para que eu conseguisse dar outros passos na carreira de pesquisadora, me permitindo ter experiência para pleitear apoio de outras agências financiadoras", disse a reitora Sandra Almeida, parabenizando os(as) docentes pela conquista. Dos(as) 120 professores(as) recém-contratados(as) na UFMG, 87 enviaram projetos para a seleção e 60 foram contemplados.
RETOMADA DO FUNDO FUNDEP
Formado por 30% do superávit das operações da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), o Fundo Fundep foi criado em 1986 e desde 2009 não vinha sendo executado. Naquele ano, a modificação na legislação que regula a ação das fundações de apoio tornou mais difícil a produção de superávit. Nos anos seguintes, a redução de recursos públicos destinados às instituições de ciência e tecnologia tornaram a gestão ainda mais difícil.
"Graças ao empenho de toda a Fundep, a Fundação conseguiu voltar a produzir superávit e retorna para a UFMG quase R$ 1milhão que foram destinados aos docentes mais jovens uma vez que diante do enxugamento de recursos públicos estão cada vez mais escassos editais que permitam o envolvimento de jovens pesquisadores", informou a reitora.
É exatamente o caso de Aldenora Laísa Paiva de Carvalho Cordeiro (foto), 37 anos, que ingressou no Departamento de Enfermagem Básica da Escola de Enfermagem em maio de 2021. Ela teve aprovado um projeto que prevê a elaboração de vídeos educativos para pacientes traqueostomizados em tratamento domiciliar, ampliando a pesquisa que faz com esses pacientes, ao mesmo tempo em que prepara novos profissionais enfermeiros e dá melhores condições de vida para os pacientes e familiares.
Para a professora, é a chance de conduzir o primeiro projeto acadêmico da sua trajetória. “Eu era enfermeira de hospital antes de vir me dedicar à docência. É minha primeira oportunidade de liderar um projeto desta natureza e vai me permitir a ter melhores condições de propor projetos a outras agências financiadoras”, avaliou.
NATUREZA ACADÊMICA
Aprovado para o Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Alyson Rogério Ribeiro (foto), de 36 anos, sabe de cor o dia de ingresso na Escola de Veterinária da UFMG, em janeiro de 2021. Com um projeto de pesquisa já aprovado na Fapemig, o docente avalia que o diferencial desta aprovação no Fundo Fundep está justamente no convite a desenvolver um projeto que associe à sua pesquisa as dimensões da pesquisa e da extensão.
Pesquisador da qualidade da água na produção leiteira, seu novo projeto levará estudantes da disciplina de Saneamento à Fazenda Experimental da UFMG para avaliar a qualidade da água e observar as relações com a produção de leite em um estado que tem um dos maiores rebanhos leiteiros do País. “E não serei apenas eu que estarei compreendendo que a Universidade se faz da indissociabilidade dessas dimensões acadêmicas. Os estudantes também”, lembra.
A coordenadora da comissão que selecionou os projetos, professora Isabela Pordeus, pró-reitora adjunta de pós-graduação, destacou o nível dos concorrentes. "Tivemos uma boa compreensão dos concorrentes de como a Universidade se faz da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. É assim que a Universidade dialoga e colabora com a Universidade", avaliou.
Reitor da UFMG na gestão 2014-2018, o presidente da Fundep afirmou que o Fundo Fundep "é a semente que a Fundação devolve para a Universidade, como nossa missão". Explicando aos(às) novos(as) docentes o que é e para que existe uma fundação de apoio, Jaime Ramírez explicou que a Fundep é mantida por um percentual dos recursos dos projetos gerenciados pela Fundação. "Temos a obrigação de fazer essa gestão da forma mais profícua e eficiente possível não porque visemos lucro, mas para que, ao final, a Fundep possa retornar ainda mais recursos para a Universidade".
Jaime Ramírez ainda lembrou uma série de programas que hoje são ações institucionais e perenes da Universidade mas que começaram como um laboratório com recursos do Fundo Fundep, destacando, desta maneira, outro motivo relevante para o esforço de se produzir o superávit. "De fato, esperamos ter recursos para transformar esse apoio aos novos docentes em um programa permanente da Universidade", finalizou a reitora.
